A mulher e o guarda roupa masculino

De tempos em tempos, a dualidade aparece no guarda roupa feminino e masculino. Às vezes um empresta do outro um detalhe, um acessório ou por vezes, peças inteiras. A responsável principal desta dualidade é a alfaiataria que permite que feminino e masculino sejam confundidos. A alfaiataria foi popularizada no século XIX pelos dândis, que iam na contra-mão da moda da época. Os alfaiates ingleses eram praticamente obrigados a renovarem seus moldes, de forma a adequá-los a chamada antimoda criada pelos dândis. A alfaiataria desta época era rígida e estruturada.



Já no início do século XX foi a vez das mulheres. Peça primordial da antimoda feminina, Coco Chanel introduziu várias peças do guarda-roupa de seus companheiros no seu, como calças amplas e casacos estruturados. Chanel deu escolha à mulher do início do século, que até então seguiam um único padrão de beleza. Marlene Dietrich e Katherine Hepburn, também eram adeptas do uso de roupas masculinas. Paletós, calças amplas, chapéus e gravatas faziam parte da composição de seus guarda-roupas. Nem por isso essas mulheres deixam a sensualidade de lado. Pelo contrário, eram consideradas musas, verdadeiras beldades femininas.




Uma vertente curiosa surgiu em meados dos anos setenta. O Glam se consagrou no personagem mais famoso da história da música: Ziggy Stardust de David Bowie. Também caminhando na contra mão da moda da época, Ziggy usava maquiagem, plataformas e roupas ajustadas ao corpo.




Novamente, as mulheres mergulharam de cabeça no guarda-roupa deles, esse antigo desejo pelo oposto ressurgiu no auge dos anos oitenta. Onde a super-woman precisava estar vestida à altura, como os homens para mostrar igualdade entre ambos os sexos, seja na vida pessoal ou profissional. Ela usou power suits com grandes ombreiras, calças amplas e com pregas masculinas e foi conquistando seu espaço no mercado de trabalho. Grace Jones era símbolo de androginia, e quase ignorava por completo a feminilidade que na época, mesmo as super-womens conseguiam manter. Sejam nas cores ou no corte dos blazers.
Também na onda da alfaiataria, os homens resgatam o estilo dos dândis, deixando de lado o conceito original. Os homens tornaram-se os yuppies, que eram os famosos “mauricinhos”. Sempre bem arrumados, suas roupas tinha corte e caimento impecáveis. O culto à beleza estava de volta aos homens, que se renderam à novas cores e se tornaram mais exigentes na escolha de seus paletós ou camisas. Filmes como “Uma Secretária do Futuro”, mostram exatamente como homens se vestiam para o trabalho ou para um casual day.





RALPH LAUREN

Apostando no jeans, com a barra virada de lavagem clara e escura, o queridinho do casual wear apareceu de diversas formas, com combinações fáceis de usar no day by day.






CHLOE

A alfaiataria talvez seja o item mais próximo do guarda roupa masculino, porém vem revisitada, a modelagem não é tão sisuda. Tem mais leveza, fluidez, feminilidade. E a Chloe soube traduzir muito bem esse conceito.





STELLA McCARTNEY

Stella devolve a feminilidade com cores vibrantes, tecidos acetinados, rendados e babados. As calças têm a cintura alta e caimento impecável.





A moda toda que vivemos nos atuais dias, é fruto de muita história, conceito, e é claro modernização, esta, que a todo o momento muda, renova, ressurge, se atualiza.
O guarda roupa feminino, sempre terá uma influência masculina, de um jeito ou de outro, pois a sociedade está cada vez mais uniforme, as mulheres ganharam espaço no trabalho, na política, e em suas casas onde não tinham voz ativa.

Então, é aproveitar e usar essa masculinidade a favor da mulher.










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